Publicado por: sidnei walter john | 19 de dezembro de 2009

Evangelho segundo São Lucas 1,39-45 DOMINGO


20.12.09 – É natural que sintamos vergonha de nossas faltas e, depois de  cair, já não tenhamos coragem para nos dirigir a Deus! Ânimo, Deus é tão bom. Aquele Jesus que, depois da sua ressurreição, levou a paz aos Apóstolos, esquecendo suas faltas, também trará a paz  ao nosso coração humilhado e  arrependido. (S 205) SÃO JOSÉ MARELLO Evangelho:

Leitura do santo Evangelho segundo São Lucas 1,39-45
“Alguns dias depois, Maria se aprontou e foi depressa para uma cidade que ficava na região montanhosa da Judéia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se mexeu na barriga dela. Então, cheia do poder do Espírito Santo, Isabel disse bem alto:
– Você é a mais abençoada de todas as mulheres, e a criança que você vai ter é abençoada também! Quem sou eu para que a mãe do meu Senhor venha me visitar?! Quando ouvi você me cumprimentar, a criança ficou alegre e se mexeu dentro da minha barriga. Você é abençoada, pois acredita que vai acontecer o que o Senhor lhe disse.

Meditação:   Continuamos meditando os relatos do nascimento do evangelho de Lucas, e o faremos ainda até o Natal. Hoje nos é apresentada a cena que chamamos comumente de “visitação” de Maria à sua prima Isabel. O texto nos diz que a Virgem fez o caminho até as montanhas da Judéia onde vivia sua prima, dois ou três dias de caminho. O encontro das duas mulheres foi imortalizado, como muitissima outras páginas da Bíblia, nas obras dos artistas cristãos.

No entanto o que mais conta são as palavras com que Isabel saúda a Maria, cheia – diz o evangelista – do Espírito Santo: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto de teu ventre!”, palavras que milhões e milhões de cristãos repetimos em todas as línguas do mundo para saudar diariamente a mãe de nosso Senhor. Bendita não por seus próprios méritos, mas pela graça e pelo favor divino, porque soube acolher a Palavra de Deus até a ponto de gerá-la em seu seio, porque se pôs inteiramente à disposição de Deus que fazia dela instrumento precioso de sua obra de salvação. Isabel é consciente da desproporção da visita: “Quem sou eu para que a mãe de meu Senhor me visite?”, pergunta. A mesma humildade com que seu filho, João Batista, dirá mais tarde que não é digno nem de desatar as sandálias do Messias. E proclama ditosa, bem-aventurada, bem-amada a Maria porque nela se cumprirá o que lhe disse o Senhor por meio do anjo. Mesmo que a leitura de hoje se interrompa neste ponto, sabemos que Maria prorrompeu, em resposta às palavras de Isabel, num cântico de ação de graças, o “Magnificat” que já sabemos de memória.

Deveríamos fazer nossos os sentimentos e as palavras de Isabel, bendizer e felicitar a Maria pelas maravilhas que Deus realizou nela. Mas deveríamos, sobretudo, assumir as atitudes destas mulheres que submissamente se põem à disposição dos planos salvíficos de Deus. Compete a nós levar o Messias para visitar os nossos irmãos que sofrem e choram, para que se alegrem como Isabel e louvem ao Deus que os salva e liberta.

Concluído: A celebração do nascimento de Jesus nos leva a recordar a condição de mulher e a fé de Maria. O episódio que chamamos de visitação nos relata o encontro de duas mulheres mães. Maria, a galiléia, vai a Judá, região onde o filho que carrega dentro de si será um dia rechaçado e condenado à morte (Lc 1,39). No momento da saudação da jovem, o menino que Isabel está para dar à luz “salta de alegria” (vv. 41 e 44). A mãe alude pouco depois ao que sente dentro de si; trata-se da alegria do menino – o futuro João Batista – ao redor de quem haviam girado até agora os acontecimentos narrados neste primeiro capítulo de Lucas. João cede agora a vez para Jesus. A alegria é a primeira resposta à vinda do Messias. Experimentar alegria porque nos sentimos amados por Deus é preparar-nos para o Natal.

Isabel pronuncia então uma dupla bênção. Como ocorre sempre em manifestações importantes, Lucas evidencia que ela fala “cheia do Espírito Santo (v. 41). Maria é declarada “Bendita entre as mulheres” (v. 42); sua condição de mulher é colocada em destaque; como tal ela é amada e privilegiada por Deus. Isto é ratificado pelo segundo motivo do elogio: “Bendito é o fruto do teu ventre” (v. 42). Este fruto é Jesus, mas o texto sublinha o fato de que, por enquanto, está no corpo de uma mulher, em suas entranhas, tecido de seu tecido. O corpo de Maria passa a ser então a arca santa onde se abriga o Espírito e manifesta a grandeza de sua condição feminina. Em sua visitante Isabel reconhece a “Mãe do Senhor” (v. 43), aquela que dará à luz o que deve libertar o seu povo, segundo o que foi anunciado pelo profeta Miquéias (5, 2-5).

Bendizer (bene-dicere) significa falar bem, elogiar, glorificar. Antes do nascimento de Jesus aparecem nos Evangelhos bênçãos por parte de Zacarias, Simeão, Isabel e Maria. Todos bendizem a Deus por aquilo que Ele realiza. Porém, ao mesmo tempo, Jesus abençoa as crianças, os enfermos, os discípulos, ao Pai. Toda bênção é dirigida a Deus. A oração de bênção é, sobretudo, louvor de ação de graças. Deste modo celebramos a Eucaristia. Mas também a bênção se estende a todas as criaturas, inclusive as inanimadas: ramos, cinza, pão e vinho. São bem-aventurados os santos e especialmente “bendita” é Maria, a mãe de Jesus.

O Espírito Santo ajuda Isabel a pronunciar sua louvação: “Bendita és tu entre todas as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” A partir de então, milhões de vezes os cristãos têm repetido esta louvação na Ave Maria. São benditos, bem-aventurados os que acreditam em Deus, os que praticam a Palavra, os que dão frutos, os pobres, com os quais Jesus se identifica.

Maria acreditou! Esta foi sua grandeza e o fundamento de sua fidelidade: sua fé! Maria se converte em Mestra da fé, aceitando tudo quanto se anunciava da parte de Deus, mesmo que não sabendo explicar como tudo aconteceria. Toda vida de Maria se fundamenta em sua fé, na adesão que fez desde o primeiro momento à revelação que chegou até ela.

Reflexão Apostólica:

No Evangelho de hoje, vemos Maria como evangelizadora, como aquela que se põe a caminho, convertendo-se em boa notícia. Isabel a saúda com alegria e reconhece nela a ação de Deus. As menções ao Antigo Testamento postas na boca de Isabel (Juízes 5,24, Judite 13,18) relacionam Maria com a Tenda do Encontro, portadora da presença de Deus, e com as mulheres que foram  importantes na história do povo como Judite, Ester ou Rute.
  Maria é a mulher na qual se leva a cabo em plenitude a revelação do Antigo Testamento, ela é a Nova Tenda onde agora se revela e se manifesta Deus aos homens. Isabel reconhece estes fatos e é capaz de manifestá-los na sua saudação de alegria.   Em contraste com seu esposo Zacarias, que não acreditou, Isabel se alegra por Maria aquela que acredita. Aquela que soube assumir e reconhecer a presença de Deus em sua vida.
Neste advento, reconhecemos, como Isabel, a presença já atuante do Reino de Deus no meio de nós, e esperamos que estas celebrações do Natal nos animem, como a Maria, a ser anunciadores da Boa Nova a todos os nossos  irmãos.

Propósito:

Pai, a exemplo de Isabel, anseio conhecer a verdadeira identidade de Maria que, na sua humildade, tornou-se o ser humano abençoado por excelência.


Respostas

  1. amei, vou falar com crianças!!!

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