Publicado por: sidnei walter john | 15 de janeiro de 2017

Evangelho do dia 16 de janeiro segunda feira


16 janeiro – A união da nossa à vontade de Deus deve ser aqui na terra o nosso único trabalho, como aprendizado daquela união perfeita que se completará no Céu: qualquer outra coisa deve estar totalmente subordinada a esta. (C 88). São Jose Marello

16-jan-marcos-2-18-22Marcos 2,18-22

Naquele tempo, 18os discípulos de João Batista e os fariseus estavam jejuando. Então, vieram dizer a Jesus: “Por que os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam, e os teus discípulos não jejuam?”
19Jesus respondeu: “Os convidados de um casamento poderiam, por acaso, fazer jejum, enquanto o noivo está com eles? Enquanto o noivo está com eles, os convidados não podem jejuar. 20Mas vai chegar o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; aí, então, eles vão jejuar.
21Ninguém põe um remendo de pano novo numa roupa velha; porque o remendo novo repuxa o pano velho e o rasgão fica maior ainda. 22Ninguém põe vinho novo em odres velhos; porque o vinho novo arrebenta os odres velhos e o vinho e os odres se perdem. Por isso, vinho novo em odres novos”.

 

Meditação:

Nesta narrativa de Marcos, o destaque é a questão do jejum, uma das principais observâncias religiosas dos fariseus, que é mencionado seis vezes neste texto.

Jesus, com seus discípulos, infringia esta prescrição legal, bem como a observância do sábado, conforme os evangelhos registram com freqüência. Em vez de aderir à tradicional doutrina da Lei que com seus preceitos oprimia e excluída o povo pobre e humilde, Jesus vem para libertá-los de todo jugo, civil ou religioso, e comunicar-lhes esperança, felicidade e vida.

O texto de hoje relata a terceira duma série de controvérsias com vários grupos judaicos, iniciada em Mc 2,1. Talvez surpreendentemente, a discussão de hoje se deu não somente com os fariseus, mas com os discípulos de João Batista.

Marcos fala disso porque os discípulos de João formavam uma comunidade que sobreviveu à morte do Batista, sem dúvida até o segundo século da nossa era (Jo 3,25).

O motivo foi porque os discípulos de Jesus não davam grande importância ao jejum – uma prática que, ao lado da oração e da esmola era muita cara às tradições religiosas dos judeus.

Alias, práticas também que continuavam – e continuam – a ter muito sentido para os cristãos de então, e de hoje, se bem com ênfases e expressões diferentes.

O Sermão da Montanha, no sexto capítulo de Mateus (Mt 6,1-18), nos dá as orientações de Jesus sobre essas práticas, para evitar que caiam no formalismo e no vazio de serem somente práticas externas que não tocam no coração da pessoa humana.

Atualmente na Sexta-feira Santa por exemplo, lotam-se os restaurantes para comer bacalhau caríssimo, uma vez que comer um bifezinho é proibido! E assim se cumpre a lei na letra mas não no espírito.

Mas no trecho de hoje, Jesus não se concentra sobre o jejum como tal, mas sobre o simbolismo de jejuar ou não no contexto das bodas, ou casamento. A imagem de banquete de casamento tinha conotações messiânicas e a referência a Jesus como o noivo tem esse sentido. Com a vinda de Jesus , chegou a hora do casamento, ou seja dum novo relacionamento entre Deus e as pessoas.

Também neste texto, bem no meio das controvérsias, se faz uma alusão clara à Cruz, ao destino de Jesus, pois “vão chegar dias em que o noivo será tirado do meio deles. Nesse dia, eles vão jejuar”.

A fidelidade à vontade do Pai, na pregação da novidade da chegada do Reino de Deus, levará inevitavelmente à morte, pois o velho sistema politico-religioso é incapaz de adaptar-se à grande novidade da Boa Noticia trazida por Jesus.

Por isso, Marcos termina o texto colocando duas frases sobre a relação entre o velho e o novo – o pano remendado e os barris de vinho. A Boa Noticia, com as suas conseqüências sociais e religiosas, é como um pano novo que não pode remendar roupas velhas, e como barril novo que preserva vinho novo.

Para acolher Jesus e o seu projeto, é necessário acabar com estruturas arcaicas de dominação e de discriminação. Quem procurar salvaguardar esquemas antiquados e injustos não vai conseguir vivenciar a Boa Noticia.

Jesus veio exigir mudança radical, tanto no nível individual como social. Não veio “remendar” mas trazer algo novo – um novo relacionamento entre as pessoas, com Deus, consigo mesmos e com a criação.

A presença de Jesus entre seus discípulos e no mundo é motivo de alegria. É o próprio Deus da vida e do amor presente entre nós, dispensando as práticas cultuais que são feitas em busca de um deus oculto e distante.

Com as sentenças sobre remendo novo em roupa velha e vinho novo em odres velhos fica afirmada a novidade do movimento de Jesus, que se diferencia fundamentalmente da antiga prática religiosa legalista.

O desafio continua hoje – como é tentadora “remendar”- somente fazer algumas mudanças que não atingem o cerne das estruturas de exploração, nem a sua raiz na nossa própria pecaminosidade. Por isso, a sociedade hegemônica, taxando-se muitas vezes de “cristã”, sempre procura cooptar o Evangelho e a Igreja, para que não tenha que mudar.

Quando a cooptação e o suborno sutil não funcionam, parte para a perseguição – por isso Marcos desde já aponta para a Cruz. A sociedade moderna, com a sua grande arma nos Meios de Comunicação Social, continua essa cooptação, disseminando uma religião “água com açúcar” de “panos quentes”, dando espaço para movimentos religiosos intimistas e alienantes, enquanto cala a voz dos profetas, ignorando-os ou até matando-os, como o sangue dos mártires da América Latina muito bem testemunha.

O Evangelho de hoje nos desafia para que façamos as mudanças radicais necessárias para acolher a Boa-Nova, para sermos contraculturais, com Jesus . “Vinho novo deve ser colocado em odres novos” que são os nossos corações.

Reflexão Apostólica:

Jesus está ainda no começo de seu ministério, e a disciplina que impõe a seus discípulos choca e escandaliza as multidões porque nada tem a ver com a que os fariseus ensinavam.

Assim, enquanto os discípulos de João Batista e os dos fariseus observam determinados dias de jejum, os de Jesus parecem dispensar-se desse costume. De fato, o que aqui se patenteia é o problema da enorme independência de Jesus e de seus discípulos em matéria de observâncias tradicionais e das leis.

Jesus e seus discípulos se mostram sempre muito livres em relação ao sábado ou às regras de abluções (de se lavarem antes das refeições, etc.). Jesus justifica esta atitude por meio de uma declaração sobre a presença do noivo em sua festa e através de breves parábolas.

Se os discípulos não jejuam é porque nada têm que esperar, uma vez que os tempos messiânicos já tinham chegado. As parábolas da roupa e dos odres nos proporcionam outra resposta ao assombro dos fariseus. A finalidade das parábolas não é estabelecer uma comparação: limita-se a sublinhar uma incompatibilidade: não se deve associar o novo com o velho, sob pena de prejudicar a um e a outro.

O novo povo que está nascendo pela Nova Aliança, feita por Deus ao ser humano por meio de Jesus, tem que ter também novas atitudes que superem as estruturas antigas. É preciso estar abertos para que a manifestação de Deus através de seu Espírito aconteça em nossas vidas.

Jesus Cristo veio instaurar na terra o reino de Deus que é completamente diferente do reino dos homens. O reino dos céus tem o amor como primeira regra e tudo que foge a esta verdade destoa do que é proposto por Jesus Cristo.

O homem de mentalidade mundana, não entende as coisas do espírito. Jesus nos adverte que para sabermos entender as coisas do alto nós precisamos de renovação, nascer de novo e ter uma nova visão sobre a realidade da vida. Por isso, Ele quis dá um novo sentido ao jejum que os fariseus praticavam, que era apenas para cumprir a lei.

O jejum só tem sentido se for praticado movido por uma razão que tenha como fundamento o amor, a alegria, a satisfação. Por isso, Ele justifica o fato dos Seus discípulos não jejuarem porque não havia motivação, pois sentiam a alegria da Sua presença comparando isto a uma festa de casamento, onde todos se regalam por causa do noivo.

Jejuar por obrigação, só para dar satisfação às regras impostas pelos homens se torna uma ação inócua – como que um vinho novo colocado em odres velhos – e talvez até seja rejeitada por Deus.

O jejum de coração, oferecido a Deus em vista de um bem maior é o vinho novo colocado em odre também novo. Tudo o que nós fazemos forçados ou por obrigação não tem ressonância em nós e não ajuda no nosso crescimento. O remendo novo em pano velho rasga-o; o vinho novo em odre velho rompe-o.

Portanto, precisamos de nova mentalidade, necessitamos de abertura interior para que aconteça em nós a purificação necessária e nos tornemos novos, para acolher o novo.

Qual o sentido que você dá ao jejum? Para que finalidade você jejua? Como você se sente? As coisas que você tem feito para o reino de Deus, você o tem feito por amor ou por obrigação? Você tem cumprido com a sua missão de coração? Você tem feito algo forçado com má vontade? Como você encara as propostas de Jesus para a sua vida?

Jesus é a grande novidade para todos nós. Os discípulos estavam preocupados com a lei antiga e tudo o mais. Cristo lhes disse que eles também iam jejuar e isso aconteceu quando Ele foi crucificado. A partir daí todas as sextas-feiras nós cristãos jejuamos.

A Santa Missa é um sacrifício, não é preciso matar um animal como sacrifício. O sacrifício do Novo Testamento não é mais feito com mais animais; é o próprio Homem: Aquele que morreu na cruz por nós. Ir à Missa é o ato mais importante que um ser humano pode fazer. Porque quando vamos à Celebração Eucarística é para Jesus nos salvar. Por essa razão, quando alguém falta à Santa Missa, por preguiça, ela só pode comungar se se confessar. A Eucaristia está acima de qualquer coisa; está em primeiro lugar.

A obediência vale mais que o sacrifício. Não adianta nada você vir à Missa e não obedecer a Deus. “Se estás, portanto, para fazer a tua oferta diante do altar e te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; só então vem fazer a tua oferta” (Mt 5,23-24).

Os Mandamentos se resumem em dois [principais]: o primeiro: amar a Deus e o segundo: amar o irmão. De nada valem os sacrifícios que você faz se você não obedece a Deus. Amar ao Todo-poderoso não tem nenhum problema, pois Ele não faz mal a ninguém; mas amar o próximo é muito difícil.

De que adiantam tantos rituais, tantas coisas se você está com o coração cheio de amargura. Quando a gente não perdoa o nosso irmão, o nosso coração fica longe do Senhor. Pode ser que seu coração não consiga, mas se você tenta perdoar, Deus se agrada de seu sacrifício. Que no dia de hoje o Senhor lhe dê a graça de saber perdoar.

Propósito:

Pai, a presença de Jesus na nossa história é motivo de grande alegria. Que a minha alegria consista em construir um mundo de amor e de fraternidade, como ele nos ensinou.

TENHA FÉ!

Fé é confiar que Deus está operando em nós, mesmo quando nos sentimos frios, vazios, desamparados, sem vida, e ansiamos por emoções reconfortantes. 

Em outras palavras: ter fé é confiar naquelas coisas que você não pode ver, mas ainda assim consegue enxergar seus resultados. São muitas as pessoas que duvidam da existência da fé e seus benefícios simplesmente porque não podem ver seus frutos. São no entanto essas mesmas pessoas que não duvidam da existência da eletricidade. Elas não a vêem chegando a sua casa, mas podem ver os resultados quando ligam o interruptor!
Elas não podem ver o vento, mas podem ver as conseqüências de uma tempestade. Não conseguem ver as ondas do rádio e da televisão, mas podem detectar-lhes o resultado quando ligam seus aparelhos.
Fé é a substancia das coisas que esperamos e a evidência, a prova de coisas que não vemos. Tenha fé!


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